Socialismo
Socialismo utópico foi uma corrente de pensamento que tinha como objetivo a criação de uma sociedade ideal, que seria alcançada de forma pacífica graças à boa vontade da burguesia. Essa teoria se desenvolveu primeiramente sob a forma de ideias que foram consideradas utópicas para a época. Os principais nomes do socialismo utópico são Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier.
O
nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More,
sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser
alcançado. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista
se instalaria de forma lenta e gradual.
Socialismo Científico foi um projeto social que buscava formas para superar as dificuldades sociais que se agravavam na Europa, decorrentes da Revolução Industrial.
O Socialismo Científico, criado por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), foi assim chamado devido à base científica com que formularam sua doutrinas, partindo de análises sobre a evolução do homem, da história e dos mecanismos de exploração capitalista. Os socialistas científicos criticavam os socialistas utópicos Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen, que não se baseavam, como eles, num estudo científico da história para aprender as leis da sociedade e da economia.
As ideias básicas do socialismo científico revolucionaram as concepções socialistas do século XIX e XX e encontram-se em algumas das principais obras de Marx, como Manifesto Comunista, O Capital e a Crítica de Economia Política.
"Os
sofrimentos dos combatentes e da retaguarda levaram-nos a associar
espontaneamente o regime capitalista e a guerra, a considerar que esta
guerra não era a 'sua guerra'; o prestígio das classes dirigentes, que
não souberam evitar o conflito, nem abreviá-lo ou poupar as vidas
humanas, debilitou-se tanto mais quanto o enriquecimento rápido e
espetacular de toda uma parte dessas classes contrastava com o luto e a
aflição das massas. Por um momento submergidos, no início das
hostilidades, pela vaga nacionalista, os conflitos de classe reaparecem,
mais vigorosos e exacerbados por quatro anos de miséria. As classes
dirigentes têm consciência do fato, e o medo do contágio revolucionário
cria em seu meio um intenso terror que se manifesta na vontade de
destruir este novo Estado, onde, pela primeira vez, o socialismo
transporta-se do terreno da teoria para o das realidades. A união do
mundo branco está rompida; doravante não haverá mais neutros;
conscientemente ou não, é em relação à Revolução Russa - objeto de
receios e repulsa para uns, de esperança para outros - que se
classificarão governos, partidos e simples particulares."
(CROUZET, M. - HISTÓRIA GERAL DAS CIVILIZAÇÕES 15 - A ÉPOCA CONTEMPORÂNEA)
Esse
texto nos demonstra que o Socialismo foi uma ideologia que começou a
crescer após a Primavera dos Povos e após a Comuna de Paris, sendo que
muitas pessoas acreditavam que o ideal socialista seria uma alternativa
para as misérias sofridas pelos mais pobres, pelos trabalhadores e pelos
setores mais humildes da sociedade. Muitos intelectuais começaram a
defender as ideias socialistas, como uma alternativa ao capitalismo. O
medo do socialismo levaria o empresariado a apoiar ações contrárias, e
isso provocou, mais tarde, o estabelecimento do fascismo e do nazismo.
O
acirramento das contradições políticas, econômicas e sociais
decorrentes do processo conhecido como Revolução Industrial, levaram a
uma série de teorias de contestação ao capitalismo. A mais importante
dessas teorias foi exposta no Manifesto Comunista, escrito por Karl Marx
e Friedrich Engels, segundo eles a “queda
da burguesia e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis
(...). Os proletários nada têm a perder com ela, a não ser as próprias
cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países,
uni-vos”.
Uma importante parte da doutrina do Socialismo Científico é a definição da luta de classes. As lutas de classes entre proprietários e trabalhadores eram percebidas por eles como uma contradição fundamental do sistema capitalista e que levariam à abolição da ordem burguesa e do Estado que sobre ela se sustentava. Segundo Marx:
"A história de qualquer sociedade até aos nossos dias foi apenas a história da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre e companheiro, numa palavra opressores e oprimidos em oposição constante, desenvolveram uma guerra que acabava sempre ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta."
A obra que sintetizou as suas teorias econômicas, sociais, políticas e culturais foi O Capital, que retomava a tradição do pensamento dialético, aprofundando-o na linha do Materialismo Histórico. Segundo os Socialistas Científicos a sociedade capitalista é contraditória, uma vez que produz um trabalho excedente que jamais retorna ao trabalhador, isto é, a mais valia.
Desdobramentos das teorias socialistas
Comuna de Paris
A
Comuna de Paris resumiu todas as tendências que estavam na origem e na
primeira expansão do movimento operário moderno. Esse movimento nasceu
de forma espontânea, vindo das massas e não de um plano ou de um
programa previamente elaborado por um partido operário. A Comuna de
Paris revelou a tendência da classe operária para ultrapassar o estágio
puramente econômico da sua luta, combinando simultânea e constantemente
reivindicações econômicas e políticas, além de refletir a tendência da
classe operária para destruir o aparelho do Estado burguês, para
substituir a democracia burguesa por uma forma superior de democracia.
Foi o primeiro movimento político que conduziu a classe operária à
conquista do poder político, ainda que na área de uma única cidade.
Revolução Russa
A Revolução Russa, que foi liderada por Lênin, auxiliado por Stálin, seu sucessor após sua morte, e por Trotsky, criador do Exército Vermelho, que foi expulso da União Soviética por Stálin após a morte de Lênin.
O Estado Soviético, formado após a Revolução Russa, cuidou de expurgar da cultura desse país toda e qualquer manifestação artística que estivesse, no entendimento das autoridades, associada ao chamado "espírito burguês". Foi criada, então, uma política cultural que decretava como arte oficial apenas as expressões que servissem de estímulo para a ideologia do proletariado. Dessa forma, foi consagrado um estilo conhecido por realismo socialista - que, através de composições didáticas, esteticamente simplificadas, procurava enaltecer a "combatividade, a capacidade de trabalho e a consciência social" do povo soviético.
Anarquismo
Como o Marxismo (Socialismo Científico de Marx), o Anarquismo foi um movimento contrário ao Capitalismo. Talvez mais radicais que os marxistas, os anarquistas desejavam a destruição do Estado, que deveria ser substituído pela cooperação de grupos associados.
Anarquismo pode ser definido como uma doutrina (conjunto de princípios políticos, sociais e culturais) que defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação (política, econômica, social e religiosa). Em resumo, os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade total, porém responsável.
O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado.
Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.
O movimento anarquista surgiu na metade do século XIX. Podemos dizer que um dos principais idealizadores do anarquismo foi o teórico Pierre-Joseph Proudhon, que escreveu a obra "Que é a propriedade?" (1840).
A definição da "propriedade como um roubo" tornou-se um dos principais lemas do anarquismo desde o século XIX. Segundo as palavras de Proudhon:
"Se me pedissem para responder à pergunta - 'O que é a escravidão?' e eu respondesse numa só palavra: 'Assassinato!', todos entenderiam imediatamente o significado da minha resposta. Não seria necessário utilizar nenhum outro argumento para demonstrar que o poder de roubar um homem de suas idéias, de sua vontade e sua personalidade é um poder de vida ou morte e que escravizar um homem é o mesmo que matá-lo. Por que, então, não posso responder da mesma forma a essa outra pergunta: 'O que é a propriedade?' com uma palavra só: 'Roubo'."
Tathyana.
ResponderExcluirCheguei, admirei, gostei e fiquei.
Parabéns pelo teu blog, se permitires (ou não) vou curtí-lo, pois há muito o que aprender ainda. Sou professor, já aposentado, mas amo a cultura. E na madrugada de hoje já estava lendo teu blogue.
Às 10 horas farei uma palestra em uma Escola em Canoas e creias, foi por isto que encontrei este blogue encantador.
Até a próxima.
Com admiração, carinho e respeito.
Prof. Pedro
Gostei muito!!!
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