Os homens do Renascimento tinham clara consciência
de que viviam em uma época distinta da Idade Média — tanto que foram os
primeiros a dividir os tempos históricos em Antigüidade (definida pela cultura greco-romana), Medievo (marcado, segundo eles, por
uma cultura de origem predominantemente bárbara) e Modernidade (caracterizada como uma
época de progresso cultural, graças à redescoberta da civilização clássica). Os
renascentistas menosprezavam a cultura
da Idade Média, considerando-a absolutamente inferior à da
Antigüidade.
1. Retomada da cultura clássica ou a valorização da cultura greco-romana, como paradigma no plano intelectual e artístico
Denominamos de
cultura clássica o conjunto de obras literárias, filosóficas históricas e de
artes plásticas produzidas pelos gregos e pelos romanos na Idade Antiga. Os
pensadores do Renascimento queriam , acima de tudo, conhecer, estudar e
aprender os textos da cultua clássica, vistos como portadores de reflexões e
conhecimentos que mereciam ser recuperados. É importante salientar que a
retomada dos textos da cultura greco-romana teve como objetivo o conhecimento
de outras formas de pensar, não para copiá-las, mas sim para refletir sobre
elas, entro do contexto próprio da passagem da Idade Média para a Idade
Moderna.
O pensamento
renascentista originou-se da articulação entre os valores culturais
presentes nos textos antigos e aqueles herdados do pensamento medieval
católico.
2. O homem é a medida de todas as coisas: a glorificação do homem, o qual foi colocado no centro de tudo (antropocentrismo)
Talvez a mais
marcante característica do Renascimento tenha sido a valorização do ser humano.
O humanismo (ou antropocentrismo, como é chamado com freqüência) colocou a
pessoa humana no centro das reflexões. Não se trata de opor o homem a
Deus e medir forças. Deus continuou soberano diante do ser humano. Tratava-se,
na verdade, de valorizar as pessoas em si, encontrar nelas as qualidades e as
virtudes negadas pelo pensamento católico medieval.
3. O ideal de universalidade - a busca de um padrão intelectual que transcendesse as fronteiras nacionais (universalismo)
Os
renascentistas acreditavam que uma pessoa poderia vir a aprender e a saber tudo
o que se conhece. Seu ideal de ser humano era, portanto, aquele que conhecia
todas as artes e todas as ciências. Leonardo da Vinci foi considerado, por essa
razão, o modelo do homem renascentista, pois dominava várias ciências e
artes plásticas. Ele conhecia Astronomia, Mecânica, Anatomia, fazia os mais
variados experimentos, projetou inúmeras máquinas e deixou um grande número de obras-primas
pintadas e esculpidas. Da Vinci foi a pessoa que mais conseguiu se aproximar do
ideal de universalidade.
4. A valorização da razão e da natureza
O Renascimento
foi marcado pelo racionalismo e o espírito crítico, que se traduziram na adoção
da observação e de métodos experimentais. O racionalismo é um marco histórico
característico do Renascimento, embora não seja exclusivo dele. Por essas
preocupações e valores, os pensadores e escritores do Renascimento eram
conhecidos como humanistas.
Resumo
dos fundamentos do Renascimento
O Renascimento
significou uma nova arte, novas mentalidades e foras de ver, pensar e
representar o mundo e os humanos.
Principais
características do Renascimento:
a)
antropocentrismo
(o homem como centro do
universo): valorização do homem como ser racional e como a mais bela e perfeita
obra da natureza;
b)
otimismo: os renascentistas tinham uma atitude positiva
diante do mundo – acreditavam no progresso e na capacidade humana e
apreciavam a beleza do mundo tentando captá-la em suas obras de
arte;
c)
racionalismo: contrapondo à cultura medieval, que era baseada na
autoridade divina, os renascentistas valorizavam a razão humana como base do
conhecimento. O saber como fruto da observação e da experiência das
leis que governam o mundo;
d)
humanismo: os humanistas eram estudiosos, sábios e filósofos,
que traduziam e estudavam os textos clássicos greco-romamos. Os
conhecimentos dos humanistas eram abrangentes e universais, versando sobre
diversas áreas do saber humano. Com base nesses estudos,
fundamentou-se à valorização do espírito humano, das capacidades, das
potencialidades e das diversidades dos seres humanos;
e)
empirismo: busca de explicações com base em experiências, passíveis
de medir e refazer, analisando e formulando bases matemáticas;
f)
realismo: característica de buscar copiar a natureza tal qual
ela é tanto na Arte e na Literatura quanto na apresentação dos fatos;
g)
hedonismo: valorização dos prazeres sensoriais, carnais e
materiais, contrapondo-se a idéia medieval de sofrimento e resignação.
adorei
ResponderExcluir