24 janeiro 2010

Carta do Chefe indígena Seatle

Esse texto, de 1854, é a resposta do Cacique Seatle ao Presidente norteamericano Franklin Pierce, que tentava comprar as terras da tribo Suquamish.
Apesar de ser considerado um simples guerreiro silvícola, atrasado, aos olhos do "homem branco", em suas palavras percebemos a sabedoria e a evolução espiritual de um povo. Decorridos quase dois séculos da carta do cacique indígena Seatle ao Presidente do Estados Unidos, seus ensinamentos permanecem atuais e proféticos, para todos aqueles que sabem enxergar no fundo do conteúdo de sua mensagem.
A carta do cacique Seatle é uma lição inesgotável de amor à natureza e à vida, que permanece na consciência de milhões de pessoas em todas as partes do mundo. É o hino de todos aqueles que amam a natureza e tudo o que nela vive.
 
"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopre: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao [seu próprio] mau cheiro. (...)

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se nós decidimos aceitá-la, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe.
Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo estão cuspindo em si mesmos. Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos.
De uma coisa estamos certos (e o homem branco poderá vir a descobrir um dia): nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é possível. Ela é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho.
Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está a árvore? Desapareceu. Onde está a água? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água como é possível comprá-los?Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho (...).
Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas a idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água como é possível comprá-los?Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho (...).
Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, devem ensinar às crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças.
Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa (...).
Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto. Eu não sei. Nossos costumes são diferentes dos seus.
A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da vida de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros."

23 janeiro 2010

Prêmio "Scribbler Award"


O "Superior Scribbler Award" foi iniciado pelo blog http://www.scholastic-scribe.blogspot.com/ para comemorar seu post nº 200.
Você pode ler mais sobre o Superior "Scribbler Award" no próprio blog do Scholastic.

Eu ganhei esse selinho da minha querida amiga de mar e sal, Nereida, do blog Onde o Tempo não pára.



As regrinhas são as seguintes:

O Superior Scribbler deve passaro Prêmio para 5 amigos que tenha merecimento.
Cada Scribbler deve exibir o Prêmio em seu Blog e disponibilizar o link no post que explica o Prêmio.
O Scribbler é convidado a visitar o post que explica a atribuição do Prêmio e adicionar seu nome à lista do link. Além de adicionar essas regras no seu Blog.

Assim, meus indicados são:

Scicilla, Jackie, Lucia, Cia de Revisores e Dagmar

19 janeiro 2010

Lenda do pirata Zulmiro

O fantasma do pirata do Bairro Mercês

Atenção, pois vou contar para vocês...
A lenda do pirata do bairro das Mercês!
Em 1840, um misterioso inglês...
Soturno e nada cortês...
Veio morar num lugar,

De um jeito misterioso para danar,
Chamado Sítio do Mato, que é o atual Bairro das Mercês...
Que abrigou este foragido inglês!
O nome desta pessoa era Zulmiro...

Ele tinha perna de pau e dentes de vampiro!
Por isto, vivia se isolando de tanta gente...
Ele era uma criatura estranha simplesmente!
Este pirata fez maldade na Inglaterra...

E por isto, foi parar na nossa linda terra!
Ele foi um pirata violento...
Sem nenhum sentimento!
Porém, ele tinha um mapa do tesouro,
Que levava ao caminho do ouro!

Dizem que ele escondeu este tesouro de um jeito cortês
Bem num misterioso túnel subterrâneo do bairro das Mercês!
Falam que toda sexta-feira...
Em noite de lua cheia...

Na alta e calada madrugada...
O fantasma do pirata aparece do nada...
Com toda a insensatez...
Bem no bairro das Mercês.
(Fonte: bocadoinferno.com)
(Fonte: bocadoinferno.com/romepeige/lenda)


Essa é uma das lendas que povoam o folclore curitibano. Diz a lenda que o tal pirata Zulmiro tinha um tesouro enterrado no local onda hoje ficam as Ruinas de São Francisco, no centro histórico de Curitiba. Segundo o mito do pirata, existia um tunel subterrâneo, passando por baixo da atual rua Jaime Reis, que ligaria o Mercês até as ruinas.

Claro que nem o tunel nem o tesouro nunca foram achados. Mas, será que alguém já viu o fantasma do Pirata?