24 agosto 2015

Populismo na América Latina

     O populismo surgiu na América Latina entre as décadas de 1930 e 1960, e teve como grande contexto propulsor a crise de 1929. Nessa época, várias das nações latinas viveram uma fase de desenvolvimento econômico seguido pelo crescimento dos centros urbanos e a rearticulação das forças sociais e políticas. 

     A política populista é marcada pela presença de líderes carismáticos que buscam o amplo apoio das maiorias, em especial dos grupos operários. Na prática, os governos populistas priorizam o atendimento das necessidades das classes menos favorecidas, atendendo as camadas mais pobres da população, por meio do assistencialismo. 

     Deve-se lembrar que o populismo também tem grande preocupação com o uso dos meios de comunicação como instrumento de divulgação das ações do governo, procurando estabelecer mecanismos de controle e censura, não permitindo o aparecimento de grupos de oposição. 

     Além do autoritarismo e do assistencialismo, os governos populistas também. Por meio da instalação ou do controle desses meios, o populismo utiliza de uma propaganda oficial massiva que procura se disseminar entre os mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito de rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão.

     Na América Latina, os maiores exemplos de populismo são os governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla (1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no Brasil. 

Veja também o mapa conceitual no link abaixo:

     
México

     O principal nome do populismo mexicano foi Lázaro Cárdenas, que realizou um governo marcado por uma série de medidas que beneficiaram a população mais pobre do país. 
Lázaro Cárdenas. Tela de Terry Sovil
   Uma das principais ações foi a realização de uma reforma agrária que distribuísse terras aos camponeses mexicanos. Em muitas localidades, os ejidos (parcelas de terras distribuídas pelo governo aos camponeses) distribuídos foram trabalhados de forma comunal, buscando estreitar os laços entre os camponeses. Foram também distribuídas armas aos camponeses para que estes pudessem se defender das forças conservadoras, principalmente as ligadas ao exército. 

    O presidente Cárdenas também nacionalizou a indústria petroleira e as ferrovias mexicanas; criou leis trabalhistas como o salário-mínimo, descanso semanal remunerado e a fixação da jornada de trabalho em oito horas diárias.

Argentina

     A sua perspectiva política combinava elementos de traço populista e mecanismo de centralização do poder. O governo atuava diretamente na economia, monopolizando o comércio exterior e nacionalizando outros vários setores da economia. O poder de intervenção estatal aliado ao notável desenvolvimento econômico trouxe um cenário marcado por baixos preços e altos salários. 

     O governo de Perón herdou uma economia instável, a Argentina estava endividada, por isso, os objetivos de Perón eram aumentar o emprego e crescimento econômico, a soberania nacional e da justiça social. Ele nacionalizou os bancos e ferrovias, o Banco Central e algumas companhias de eletricidade, a indústria cresceu e as importações foram regularizadas. 

    Criou leis trabalhistas, aumentou o salário dos trabalhadores, concedeu 13 salários por ano, folgas semanais, redução da jornada de trabalho, aumento do salário mínimo, aposentadoria, férias remuneradas, seguro médico e cobertura para os acidentes de trabalho. O emprego e os salários cresceram. 

     Em 1952, o governo peronista decidiu pagar totalmente a dívida externa do país. Ele deu um forte impulso para a construção de novas agências e a expansão da rede ferroviária. Lançou o primeiro gasoduto que liga a cidade de Comodoro Rivadavia a Buenos Aires. 
Eva Duarte Perón e Juan Domingo Perón

     Por intervenção de Evita Perón, as mulheres argentinas conquistaram o direito ao voto e estabeleceu a igualdade de direitos políticos entre homens e mulheres. A primeira-dama, Evita, também auxiliou o governo de Perón, que tornou a vacinação obrigatória, serviços de abastecimento de água e saneamento básico.

Para saber mais:


Chile

     Em 1970, Salvador Allende foi eleito presidente do Chile, representando a Unidade Popular. Esse agrupamento político era formado por socialistas, comunistas, setores católicos e liberais do partido Radical e do Partido Social Democrata, e contava com grande apoio dos trabalhadores urbanos e camponeses.
     
     O governo Allende pretendia "construir uma sociedade socialista em liberdade, pluralismo e democracia" e estava comprometido com o processo de nacionalização da economia, com a reforma agrária e com a elevação do nível de vida dos trabalhadores. Entretanto, as medidas tomadas por Allende causaram descontentamento entre as elites chilenas, que passaram a boicotar o governo e se aliaram às Forças Armadas para dar um golpe e instalar uma ditadura militar. Os principais motivos do golpe foram: 

  • As medidas tomadas por Allende, como o aumento dos salários, a aceleração da reforma agrária e a nacionalização de setores de base da economia; 
  • As medidas de caráter socialista de Allende desagradaram os Estados Unidos que passaram a apoiar o partido de direita do Chile; 
  • A oposição dos grupos de esquerda que consideravam suas medidas incapazes de implantar o socialismo.
Para saber mais:

Muro de Berlim (sua construção) - Resumo


     Ao término da Segunda Grande Guerra, a situação da Alemanha foi decidida na Conferência de Potsdam:
  • A Conferência de Potsdam - ocorreu em Potsdam, Alemanha (perto de Berlim), entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945. Os participantes foram os vitoriosos aliados da Segunda Guerra Mundial, que se juntaram para decidir como administrar a Alemanha, que tinha se rendido incondicionalmente nove semanas antes, no dia 8 de maio - Dia da Vitória na Europa. Os objetivos da conferência incluíram igualmente o estabelecimento da ordem pós-guerra, assuntos relacionados com tratados de paz e contornar os efeitos da guerra.
     Nessa Conferência os aliados estabeleceram a divisão do território alemão em quatro zonas de influência, sob a administração da França, da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e da União Soviética. 

     A região ocupada pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França deu origem à República Federal da Alemanha (RFA), e a zona de ocupação soviética transformou-se na República Democrática Alemã (RDA)

Soldado da Alemanha Oriental construindo o muro. 1961.
     Muitas pessoas que viviam do lado soviético aproveitavam a divisão de Berlim para fugir para o lado capitalista, por causa disso, Stalin decretou bloqueio terrestre às partes da cidade de Berlim que estavam sob domínio da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos. 
Os moradores do lado capitalista viram abismados a construção do muro. No lado socialista, as pessoas foram impedidas de chegar perto da construção.
Nas áreas de passagem (portões entre os lados de Berlim), havia dois muros separados por uma zona de segurança.

     Como as fugas continuaram, a URSS ordenou a construção de um muro, separando a parte capitalista de Berlim, isolando-a do restante da Alemanha Oriental (RDA) que estava sob o controle soviético.
Onde o muro ficava - marco histórico
Não é intensão desse artigo escrever sobre a queda do muro. Outro artigo será escrito sobre esse assunto, em breve.

Para saber mais. indico o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=JcqrO1y9fr4

Sobre a Guerra Fria - Resumo

Tio Sam e urso soviético - símbolos dos EUA e da URSS.
     Após o término da Segunda Grande Guerra, em 1945, teve início a Guerra Fria – conflito entre União Soviética e Estados Unidos – que se estendeu até 1986, com o início da dissolução da União Soviética. Essa situação foi chamada de Guerra Fria porque as duas potências não entraram em conflito armado direto no decorrer de todo esse período. Foi também uma intensa disputa econômica, diplomática e ideológica. 


     Essa disputa dividiu o mundo em blocos de influência das duas superpotências e provocou uma corrida armamentista que se estendeu por 40 anos. Com sistemas econômicos e políticos diferentes, Estados Unidos e União Soviética colocaram o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear, criando armas com potência suficiente para explodir o planeta inteiro. Os EUA assumiram a liderança do chamado mundo capitalista livre, e a URSS, do mundo comunista.



     Tanto os EUA quanto a URSS utilizavam estratégias para atrair países para as suas zonas de influência, destacavam as vantagens de cada sistema econômico e salientavam os defeitos do regime oponente, produziam ampla propaganda ideológica, forneciam empréstimos a países com dificuldades econômicas estabelecendo uma dependência.
Tradução: "Glória ao povo soviético - líder na conquista espacial"
     Os Estados Unidos criaram o Plano Marshall que oferecia empréstimos para vários países que quisessem lutar contra o socialismo, esse plano financiou a instalação de diversas ditaduras militares na América Latina.

     Os empréstimos estadunidenses aos países europeus possuíam um custo político, na medida em que essas nações abandonavam em parte a sua soberania e.visavam também aumentar seu mercado consumidor.



Capitalismo
Socialismo
Aliança Financeira
Empréstimos de dinheiro, mão de obra e tecnologia.


Plano Marshall

COMECON
Aliança Militar
Auxílio mútuo em caso de conflito armado

OTAN

Pacto de Varsóvia


 Corrida Espacial

     Durante a Guerra Fria, EUA e URSS travaram uma verdadeira corrida para conquistar tecnologia, em especial no que se refere aos avanços espaciais. Isso ocorria, porque cada lado queria mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. Os soviéticos saem na frente: em 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Mais tarde, o primeiro ser humano na órbita da Terra foi o soviético Yuri Gagarin. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.

Yuri Gagarin, primeiro cosmonauta a entrar na órbita da Terra.

Caça às Bruxas, ops., aos comunistas!

     Os EUA liderou uma forte política de combate às ideias socialistas e comunistas em seu território e no mundo. 

     Para isso utilizaram o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of life". 


     O Macartismo, criado e comandado pelo senador Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA, vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem ideias próximas ao socialismo. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.


     Na URSS não foi diferente, uma vez que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. 

     Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.

“Cortina de Ferro”

     No dia 5 de março de 1946, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill proferiu um famoso discurso em Fulton, no Missouri (EUA), em que usou a expressão "iron curtain", ou "cortina de ferro". O termo foi usado para definir a divisão da Europa em duas partes, Oriental e Ocidental. Enquanto a primeira estava sob controle da União Soviética, a segunda era zona de influência dos Estados Unidos. Assim, a “cortina de ferro” é uma linha imaginária que se localizava na fronteira entre os países capitalistas e socialistas da Europa.

Fim da Guerra Fria e consequências

     A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. 
     O fim da Guerra Fria ocorreu por causa de uma série de eventos:

  • Em 1989 caiu o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. 
  • No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados: com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. 
     Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.

20 agosto 2015

Grécia Antiga - Pré-História


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Primeiro período

A civilização egéia, também conhecida como civilização egeana, constituiu uma sociedade pré-helênica. Organizou-se, portanto antes mesmo da penetração de grupos arianos ou indo-europeus - como os aqueus - nos Bálcãs.
Os povos chamados de pelagios ou pelasgos foram os primeiros habitantes da região. Poliam e utilizavam pedras como a obsidiana com bastante habilidade.
Tendo se estabelecido em todo o mundo egeu, isto é, nos Bálcãs, na Ásia Menor e em Creta e outras ilhas, os pelágios viviam da caça, da pesca, da coleta e de uma agricultura rudimentar.
Organizavam-se socialmente em clãs. Os pesquisadores encontraram casas e até túmulos coletivos na ilha de Creta. Os pelágios foram conquistados por povos indo-europeus, conhecidos como micênicos ou aqueus.
Período Minóico

Ilha de Creta
A origem do povo cretense é incerta. Sabemos que a ilha foi ocupada a partir de 6000 a.C. por povos neolíticos, como evidenciado por figuras antropomórficas de argila. As primeiras peças de cerâmica surgiram por volta de 5700 a.C.. A arquitetura é semelhante às presentes no Egito e no Oriente Médio deste período e de períodos posteriores, com tijolos queimados sobre fundação de pedra, cobertos por barro, que pode ligá-los aos povos daquelas regiões, e não aos povos europeus como costuma-se pensar.
O povo cultivava trigo, lentilhas, criava bois e cabras. O terreno montanhoso e acidentado dava lugar a profundos vales férteis, onde era praticada a agricultura. A pesca também era um importante elemento na obtenção de recursos.
Mulheres minóicas - As mulheres tinham um papel de destaque na sociedade minóica
Por volta de 3800 a.C, descobrem a tecnologia do cobre, inicia-se assim a Idade dos Metais na ilha. Por volta de 3000 a.C. são encontrados vestígios de utensílios de bronze e fornos para a fundição. Neste período, a ocupação do litoral tornou-se evidente, com vilas costeiras e ancoradouros. O começo da Idade do Bronze, por volta de 2600 a.C., foi um período de grande atividade em Creta, e também marca o início de Creta como um importante centro de civilização.
O apogeu da civilização minóica se deu entre 1700 a.C. a 1400 a.C.. Por volta de 1700, um grande terremoto destruiu a ilha, e os palácios (Cnossos, Festos, Malia e Kato Zakros) foram reconstruídos ainda maiores, com o desenvolvimento de túmulos maiores, sistemas de esgoto e esculturas elaboradas.
Palácio de Cnossos (Fonte: Wikipédia)
A prosperidade da ilha se deveu basicamente à habilidade na construção de naus rápidas e resistentes, capazes de transpor o Mar Mediterrâneo. Desta forma, os minóicos estabeleceram relações comerciais com as civilizações circundantes, exportando peças de metal, jóias, cerâmica, azeite e lã.
Provas do contato dos minóicos com outros povos do Oriente Próximo podem ser encntradas em sítios arqueológicos na Mesopotâmia e no Egito. Objetos do fim do Período Neo-Palaciano foram achados no Egito nos reinados de Hatshepsut e Tuthmosis III. A expansão comercial coincidiu com a expansão territorial e política. Colônias foram fundadas em diversas ilhas do Mar Egeu e na Sicília.
A Grécia Continental mostrou independência da Creta Minóica, devido à atuação dos Micênicos. Por volta de 1420 a.C., a ilha foi conquistada pelos micênicos , que adaptaram a escrita Linear A, dos minóicos, criando a Linear B para a língua micênica, uma forma de Grego.
A explosão de um vulcão ao Norte localizado na ilha de Santorini fez com que terríveis tsunamis arrasassem seus principais portos costeiros, assim como seus principais mercados, facilitando assim a chegada de outra tribo indo-européia, os dórios, oriundos da Grécia continental que conquistaram os decadentes minóicos.
Esta erupção aconteceu em 1470 a.C. e causou um imenso maremoto que destruiu os portos minóicos e provavelmente toda a sua armada, comércio e auto-confiança psicológica, evitando assim o reerguimento. Incapazes de estabelecer comércio com outras culturas e defender-se de invasões estrangeiras, a sociedade aparentemente entrou em guerra civil, dividindo-se e fragmentando-se em vários grupos inimigos entre si.


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Ainda no século XV a.C., os dórios vindos do Peloponeso invadiram Creta, estabeleceram-se nas cidades abandonadas e construíram sobre cidades destruídas. Os minóicos migraram para o leste da ilha, mas foram finalmente assimilados por volta de 1380 a.C..
Período Micênico
Vaso Micênico
O período micênico, também denominado de período Heládico Final, coincidiu com a Idade do Bronze no Egeu.
A civilização micênica se desenvolveu no continente grego entre 1600 a.C. e 1050 a.C., aproximadamente. O nome deriva de Micenas, nome de um dos mais importantes centros da região.
Os micênios, que foram denominados de aqueus por Homero já nos primeiros versos da Ilíada, eram pertencentes à raça indo-européia, inicaram a incursão ao território grego conquistando-o aos pelágios.
Ativos comerciantes, os micênios conquistaram a ilha de Creta por volta de 1450 a.C., montando ali um avançado posto comercial e, entre 1400 e 1200 a.C., dominaram economicamente (e culturalmente) quase todos os povos do Mediterrâneo Oriental. Caracterizada por uma aristocracia de guerreiros, falavam uma forma bastante arcaica da língua grega, o dialeto jônico. Escreveram os mais antigos documentos em grego, escritos em um silabário conhecido por escrita linear B e construíram imponentes cidadelas fortificadas em Micenas e Tirinto Argólida, Gla (Beócia) e Englianos (Messênia).
Mundo Micênico e as cidades conquistadas
Diversas características da cultura micênica sobreviveram nas tradições religiosas e na literatura grega, dos períodos Arcaico e Clássico – notadamente na Ilíada e na Odisséia. Micenas teve seu auge e foi a cidade mais próspera da Grécia por muitos anos, revolucionando as artes, a engenharia e a arquitetura. A invasão dórica é considerada a causa do fim da civilização micênica, iniciando a Idade Grega das Trevas ou o fim da Idade do Bronze.

Resuminho sobre Sociedade Tripartida

A sociedade feudal era formada por três ordens de acordo com as funções que cada grupo desempenhava:

Rei João Sem Terra. Robin Hood, Animação de Walt Disney Pictures, 1973

Os bellatores tinham como função as atividades militares, pois seus membros pertenciam à nobreza.
Em tempos de paz, os bellatores caçavam e disputavam torneios, em tempos de guerra defendiam a população.
Os guerreiros, cavaleiros, senhores feudais eram todos nobres e chamados de bellatores. Eles se ligavam a outros nobres por meio de relações de vassalagem, ofereciam apoio militar e juravam fidelidade aos seus suseranos.

O grupo que recebia a denominação latina de oratores era encarregado da esfera religiosa, ou seja, cuidava dos assuntos da Igreja. Esses oratores cuidavam das igrejas, celebravam ritos religiosos e eram os responsáveis pela vida espiritual de toda a sociedade, agindo como intermediários entre os homens e Deus.
Frei Tuck. Robin Hood, Animação de Walt Disney Pictures, 1973

Os laboratores, denominação latina dada a outro grupo, eram os pastores e agricultores, responsáveis por “sustentarem” os outros dois grupos.
Os laboratores cuidavam dos afazeres ligados ao cultivo da terra, criação de animais, produção de vestimentas, ferramentas e utensílios para o cotidiano.


Camponeses. Robin Hood, Animação de Walt Disney Pictures, 1973

Apenas os bellatores e oratores possuíam direito de propriedade da terra, da qual uma parte era cedida aos servos, apenas como arrendamento, que a cultivavam em troca de sustento e proteção.

Os bellatores e os laboratores iam à missa e festas religiosas celebradas pelos oratores.

Essa sociedade tripartida era estamental, ou seja, rigidamente separada. As pessoas nascidas dentro de um grupo seriam desse grupo até sua morte, e somente poderiam casar-se com pessoas do mesmo grupo.
Os oratores, por serem da Igreja, eram pessoas oriundas na maioria da classe nobre.

Na Europa Feudal, os membros da aristocracia organizaram o poder político a partir das relações de vassalagem. O rei era um nobre como outro qualquer, possuía seu feudo e os guerreiros ligados à sua casa. Quem detinha o poder, de fato, eram os senhores feudais, que possuíam muitos vassalos e muitas terras, sendo que alguns eram mais poderosos que os reis.
A cerimônia denominada homenagem consistia no compromisso de fidelidade do vassalo para com o seu chefe guerreiro, líder, senhor ou suserano.

Na homenagem, o vassalo entregava suas armas ao serviço do senhor e jurava fidelidade perpétua.
A investidura era o ritual simbólico de entrega do feudo para o vassalo

A vassalagem não é sinônimo de servidão – as cerimônias de homenagem e investidura serviam para confirmar a lealdade entre senhores da terra – um suserano (que dá o feudo) e o vassalo (que recebe o benefício do feudo).


Fidelidade, honra e proteção militar eram obrigações hierárquicas ambivalentes, ou seja, tanto vassalos quanto suseranos deveriam obedecê-las.

Para maiores conhecimentos sobre a Sociedade Feudal, leia também o artigo "Sociedade Medieval": 

Se quiser saber um pouco mais sobre povos germânicos, leia os artigos "Visigodos" e "Os Francos":