10 fevereiro 2016

Carnaval, um pouco de sua história

O carnaval é uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Não ocorre apenas no Brasil, nem tampouco foi inventado aqui - mesmo que alguns digam que o Brasil é o país do Carnaval.

Máscara de carnaval tradicional e enfeites de papel laminado.

O carnaval tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam umas nas outras, água, ovos e farinha. 

Em alguns lugares do Brasil, as pessoas ainda brincam jogando água, confete e serpentinas de papel umas nas outras.
http://claudiabartelle.com.br/mood-board-carnaval/

O entrudo é o período de três dias, que antecede os quarenta dias da quaresma, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval. Entretanto, o que poucos sabem é que o entrudo remonta a uma festa pagã, que foi apropriada (como tantas outras) pelo cristianismo, quando essa religião se tornou a oficial do Império Romano.

Máscaras de entrudo. Carnaval 2016 em Arouca, Portugal.
http://cultura.cm-arouca.pt/?p=867

A palavra carnaval vem do latim carnis levale, que significa literalmente retirar a carne, termo relacionado ao jejum líquido que seria realizado durante a quaresma. Aqui vem uma pequena confusão pelo desconhecimento da História. Muitos dizem que as pessoas ficavam sem comer carne durante a quaresma. Os camponeses e pessoas pobres já não comiam carne durante outras épocas do ano, com raras exceções e excluindo os embutidos que eram preparados para os longos invernos. Então, ficar sem carne durante a quaresma teria qual significado? 

Os nobres, senhores de feudos, ricos burgueses (após o século XII), deveriam se abster de comer carne durante a quaresma. E todos, todos mesmo, deveriam realizar um controle pelos prazeres mundanos:> caças, jogos, festas, bebidas e sexo.

Banquete típico da Idade Média, muita carne de caça.
http://confrariadobaraodegourmandise.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html

Os monges passavam a quaresma em jejum líquido, comiam caldos de legumes e cerveja (calma, já vou explicar) - A cerveja era muito mais nutritiva e valia muito mais como um alimento que nos dias de hoje. Lembremos que os mesopotâmicos e egípcios já conheciam a cerveja e ela era consumida por todos até crianças, exatamente porque era algo mais parecido com uma vitamina. Seu teor alcoólico era muito pequeno e sua consistência bem mais encorpada (grossa mesmo). 

No século XII, os monges cistercienses preocupados que esse "pão líquido" (a cerveja era isso mesmo) fosse espesso demais, que seria alimento demais, poderia ser um abuso, uma violação da quaresma por ser mais grossa que o caldo de legumes. Então, resolveram testar um modo da cerveja continuar com suas qualidades nutritivas, porém mais líquida. Acabaram inventando a cerveja do jeito que a conhecemos hoje, bem mais leve, muito mais líquida. Mas o que os monges não tinham como prever, o líquido ficou também mais alcoólico, sendo uma bebida nada recomendada para crianças, gestantes, idosos e por todos que vão conduzir máquinas. Atualmente, os monges não bebem cerveja, a menos que seja sem álcool.

Cervejas artesanais atuais não são nada parecidas com as cervejas da Antiguidade, que eram bem mais grossas, mais nutritivas e com menor teor alcoólico.
http://www.idifusora.com.br/wp-content/uploads/2015/11/images1.jpg

Voltando para o assunto do carnaval, na Babilônia havia uma festa na qual um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestia-se com o manto real, alimentava-se como o rei e dormia com as concubinas reais. Ao final desse período, ele era açoitado e enforcado ou empalado. Outra festa que antecedia o equinócio de primavera (ano novo babilônico) era realizada em honra do primeiro deus babilônico, Marduk. O rei perdia seus emblemas e era surrado em frente à estátua do deus, como forma de submissão. depois da surra, o rei voltava ao trono. O que existe desses festas no carnaval atual? Talvez a figura do Rei Momo? Talvez a inversão de valores e a subversão dos papeis sociais: a nudez deixa de ser ofensiva, homens se vestem de mulher, pessoas se fantasiam de personagens, etc.

Marduk, principal deus babilônico, aquele que tudo ouvia e tudo via.
http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/2013/03/marduk.html

As festas dionisíacas dos gregos foram incorporados pelos romanos. O festival, que nos primórdios, eram encenações de peças teatrais e pessoas vestidas com máscaras pelas ruas tornaram-se verdadeiras orgias, marcadas pela embriaguez e pelo sexo descontrolado. Além disso, em Roma também ocorriam as Saturnálias e as Lupercálias, festas de purificação que duravam dias e eram regadas à bebidas, comidas e danças, com os papeis sociais invertidos, escravos tornavam-se senhores e os senhores faziam o papel dos escravos.

O jovem Baco e seus seguidores. Tela de William-Adolphe Bouguereau, de 1884. Representação de uma festa dionisíaca.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:William-Adolphe_Bouguereau_(1825-1905)_-_The_Youth_of_Bacchus_(1884).jpg

As bacanais (festas do deus do vinho Baco, Dionísio para os gregos) e as demais festas, eram muito criticadas pelos cristãos, pois a inversão dos papeis poderia sugerir que Deus e o Diabo também poderiam ser trocados de lugar. Dessa forma, quando essa religião assumiu como oficial, as festas pagãs foram substituídas pelo carnaval - sendo enquadradas em uma versão mais "comportada" que eram os festejos realizados três dias antes da quaresma.

O Carnaval contra a Quaresma. Tela de Brueghel, o jovem. Século XVII. Festejo medieval de Carnaval.
http://globedia.com/cual-origen-carnaval_1

Nos carnavais medievais, os rapazes vestiam-se de moças e saiam pelas noites bebendo e invadindo casas, retirando-se apenas após conseguir beijos das moças da casa. No Renascimento, as cidades recebiam peças de teatro improvisadas nas ruas. A chamada Commedia dell'arte, na qual todos podiam ser atores, que desfilavam pelas ruas improvisando cenas e cantando canções.

Carnaval em Veneza, segue a tradição renascentista.
http://www.crisvallias.com.br/wp-content/uploads/2012/02/veneza-2.jpg

No Brasil, o entrudo veio com os colonizadores portugueses, que era a festa de jogar água, farinha e ovos nas pessoas que estivessem festejando. No século XIX, começaram a surgir os "corsos", blocos de pessoas que se fantasiam de forma parecida, decoravam carroças e desfilavam pelas ruas das cidades. essa festa era considerada vulgar e do populacho, assim a alta sociedade realizava festas nos salões. Isso deu origem a duas tradições brasileiras: os corsos iniciaram os desfiles de rua, com carros alegóricos e grupos de roupas iguais. Enquanto os salões da alta sociedade deram origem aos bailes de carnaval, que ocorrem em clubes particulares. 

Corso. Carnaval de Antigamente em São João del Rei - MG. 2013
http://saojoaodelreitransparente.com.br/events/view/2795

A festa de rua, mais popular, foi a que mais se desenvolveu no Brasil. No século XX surgiram as marchinhas de carnaval e as escolas de samba. Eram mal vistas pela sociedade, e muitos grupos saíam festejando pelas ruas correndo o risco de serem presos pela polícia. Entretanto, na década de 1930, com o governo de Getúlio Vargas, o carnaval passou a ser mais aceito e organizado, com as agremiações e escolas de samba registradas e os desfiles anuais ocorrendo em ruas específicas das cidades, previamente autorizadas pelas prefeituras.

Encontro de bonecos, no Carnaval de rua de Olinda - PE. 2013.
http://carnaval.uol.com.br/2013/album/2013/02/12/encontro-de-bonecos-gigantes-de-olinda.htm

Em tempo - muitas pessoas tem preconceito com o carnaval do nordeste, por durar a semana toda. 
Mas devemos lembrar que turismo também é fonte de renda para as cidades. O Rio de Janeiro arrecada muito com o turismo na época de verão e de carnaval. As escolas do Rio, mantém a comunidade unida, as crianças na escola (regular não de samba) e toda a comunidade trabalha o ano todo para ser a vencedora do carnaval e com isso, receber uma verba que é usada em prol das próprias pessoas que trabalham (muito) pela escola de samba e pela comunidade. 

Desfile da Estação Primeira de Mangueira. Rio de Janeiro - RJ. 2001, na Marquês de Sapucaí.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/interacao/wppcarna.shtml

No nordeste, o turismo atrai as pessoas, do mundo todo, para as praias e para os festejos de carnaval. Isso gera empregos e investimentos para as cidades. Quem está vendendo refrigerante e água, enquanto você pula atrás do trio elétrico? Quem está limpando seu quarto de hotel, enquanto você está curtindo a praia? Lembre disso antes de julgar pessoas que trabalham enquanto você curte seu carnaval.

Carnaval de rua. Trio Elétrico em Salvador - BA. 2013
http://www.temporadalivre.com/blog/ja-escolheu-fantasia-o-carnaval-2015-esta-ai/13fev2013-trio-eletrico-de-ivete-sangalo-e-acompanhado-por-multidao-no-encerramento-do-carnaval-de-salvador-1360766724142_956x500/

Bom festejo carnavalesco para quem gosta!

23 novembro 2015

Reforma Protestante - resumo

Essa postagem é um resumo para meus alunos, não pretendo aqui esgotar o assunto.

A Reforma Religiosa, também chamada de Reforma Protestante foi um movimento espiritual, social e político que influenciou na formação dos Estados modernos e fez surgir novas Igrejas Cristãs.


Foi também o movimento que rompeu a unidade do Cristianismo centrado pela Igreja de Roma. Esse movimento é parte das grandes transformações econômicas, sociais, culturais e políticas ocorridas na Europa nos séculos XV e XVI, que enfraqueceram a Igreja permitindo o surgimento de novas doutrinas religiosas. A Igreja estava em crise, a burguesia crescia em importância, o nacionalismo desenvolvia-se nos Estados modernos e o Renascimento Cultural despertava a liberdade de Crítica. O aum Tesesento populacional somado às transformações que vêm junto com esse aumento acarreta em um baque entre a Igreja e essas transformações. Os intelectuais das cidades pensam hipóteses, passam a ter idéias, problemas que antes não existiam. O termo “Igreja Católica” é posterior ao Concílio de Trento, uma forma de diferenciação perante os protestantes. Antes só existia a Cristandade.

REFORMA LUTERANA

Lutero prende as 95 Teses
Cena do filme Lutero

Martinho Lutero foi um dos principais reformistas, sua indignação com os abusos do clero acabaram por levá-lo à excomunhão e à perseguição. As lutas religiosas na região onde Lutero vivia acabaram por criar uma nova Igreja, a Luterana.

Vendo os abusos por parte do clero, o monge agostiniano Martinho Lutero elaborou 95 teses e afixou-as na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 1517. A maioria era contra as indulgências. Apoiado pela nobreza alemã, Lutero pôde divulgar suas idéias, calcada em dois princípios que se constituiriam no núcleo de sua doutrina: A Salvação somente pela fé e não pelas práticas religiosas e a Inutilidade dos Mediadores (Clero). Lutero foi excomungado em 1520. Ele queima publicamente a carta do papa (Bula papal), traduz a Bíblia para o Alemão, casa-se com uma ex-freira, fica abrigado na Saxônia. 

Para Lutero o mais importante era a fé e a centralização do culto na leitura das Escrituras pelos próprios fiéis. Ele rejeitou a Hierarquia Religiosa da Igreja de Roma; preservou apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia; substituiu o latim pelo idioma alemão nos cultos religiosos; e, rejeitou o celibato obrigatório dos sacerdotes.

O Luteranismo expandiu-se basicamente no Sacro Império Romano-Germânico (região onde hoje está a Alemanha e Áustria) e nos países escandinavos (Suécia, Noruega e Dinamarca), regiões essencialmente rurais, pouco desenvolvidas em termos comerciais. Através de suas idéias, eles desapropriam as terras da Igreja.

Sobre Martinho Lutero há um filme muito bom, segue o link:


REFORMA CALVINISTA 

João Calvino era um teólogo francês. Ele iniciou a ruptura com a Igreja Católica após ler textos de Lutero em Genebra, na Suíça, por volta de 1536. A burguesia de Genebra havia adotado os princípios da reforma luterana para lutar contra seu governante, o católico Duque de Savóia, o que favoreceu a atuação de Calvino. Ele divergia de Lutero em alguns pontos, principalmente na questão da Salvação. Diferente de Lutero (salvação pela fé), ele defendia a ideia de que a fé não era suficiente, uma vez que o homem já nasce predestinado, ou seja, escolhido por Deus para a vida eterna ou para a sua condenação. O Calvinismo propagou-se com nomes diversos, atingindo a França, a Holanda, a Inglaterra e a Escócia.

Teorias e questionamentos calvinistas:
  • A riqueza material era um sinal da graça divina sobre o indivíduo. Essa teoria é assimilada pela burguesia local, que justificava não só seu comércio, como também as atividades financeiras e o lucro a elas associado. Ele justifica as atividades econômicas até então condenadas pela Igreja romana; 
  • Grande rigidez na moral ;
  • Questiona a Liturgia da Missa (simplifica com o Sermão, a oração e a leitura da Bíblia);
  • Questiona o uso das Imagens (houve quebra-quebra nas paróquias locais);
  • Acaba com os jogos, dança ida ao teatro, etc.;
  • “O homem que não quer trabalhar, não merece comer.” afirma;
  • Livre Interpretação da Bíblia; 
  • Nega o culto aos santos e a Virgem;
  • Questiona a autoridade do Papa; 
  • Defende a separação entre a Igreja e o Estado; 
  • Questiona o Celibato do clero; 
  • A doutrina afirma que não há certeza da salvação.

REFORMA ANGLICANA 

Os ingleses também criticavam os abusos da Igreja Romana, a ineficiência dos tribunais eclesiásticos e o favoritismo na distribuição de cargos públicos para membros do clero, além de queixar-se do pagamento e do envio de dízimos para Roma. Durante o governo de Henrique VIII (1509-1547), a burguesia fazia pressão para o aumento do poder do parlamento. 

Os Tudors, cartaz da 5ª Temporada

O rei, necessitando aumentar as riquezas do Estado, confiscou as terras da Igreja, o que gerou desentendimentos com o Papa. Isso se agravou quando o monarca solicitou a anulação do casamento com Catarina de Aragão. Ele não tinha sucessores masculinos, temia que seu trono caísse em mãos espanholas. Toda a nação, com medo deste fato, apoiou esse pedido. O Papa Clemente VII negou o pedido, já que o rei tinha uma filha com Catarina de Aragão. 

Por causa da negativa do Papa, o Rei rompe com o Papado e faz uma reforma na Igreja Inglesa, criando a Igreja Anglicana. Ele obrigou seus membros a reconhecê-lo como chefe supremo e a jurar-lhe fidelidade e obediência. Dessa forma, o rei obteve do clero inglês o divórcio e se casa com uma dama da corte, Ana Bolena. O Papa tentou intimidá-lo excomungando-o, mas não adiantou. 

Em 1534, Henrique VIII decreta o Ato de Supremacia, que consolida a separação entre a Inglaterra e o papa. Torna-se o chefe da Igreja de seu país. A Reforma anglicana, na prática, apresenta poucas modificações com a Igreja romana: Questiona o Culto aos santos; A autoridade máxima é o Rei e não o Papa; Questiona o culto às relíquias; Prega a popularização da leitura da Bíblia. 

A Reforma anglicana resolveu, na prática, dois problemas para a monarquia: a questão da herança do trono e com a venda das terras da Igreja para a burguesia e nobreza, dá um suporte financeiro para a Coroa. O Anglicanismo se consolida no reinado de Elizabeth I, filha de Henrique VIII, que renova seu direito de soberania real sobre a Igreja, além de fixar os fundamentos da doutrina e do culto anglicano na Lei dos 39 Artigos, em 1563.

Sobre a Reforma Anglicana, há alguns filmes interessantes:








REFORMA CATÓLICA

Também chamada de Contrarreforma da Igreja Católica. O avanço do Protestantismo, não só neste momento, levou a Igreja Romana a se reorganizar. Foi um movimento de reação ao protestantismo. A Igreja precisava de uma auto-reforma ou não sobreviveria, pois precisava, ainda, evitar que outras regiões virassem protestantes. Esse movimento de reforma interna se aprofundou com a convocação do Concílio de Trento.
O Concílio de Trento afirmou a dupla origem das crenças da Igreja Católica, fundamentadas em sua interpretação das Escrituras e nas suas próprias tradições.

O Concílio de Trento tinha como objetivo:
  • Esclarecer e manter a doutrina; 
  • Reafirmação do dogma;
  • Confirmação dos 7 sacramentos;
  • Manutenção do celibato clerical; 
  • Expansão da fé cristã; 
  • Afirma a presença real de Cristo na Eucaristia; 
  • Moralização do clero; 
  • Inicia a redação de um Catecismo; 
  • Criação de Seminários para a formação de sacerdotes; 
  • Reafirma o Celibato clerical; 
  • Reafirma a veneração aos Santos e a Virgem; 
  • Fortalece a Hierarquia e, portanto a unidade da Igreja Católica, ao afirmar a supremacia do Papa como “Pastor Universal de toda a Igreja” 
  • Mantém o Latim como língua do Culto e tradução oficial das Sagradas Escrituras; e, Confirma como texto autêntico, a tradução de São Jerônimo, no século IV; 
  • Criação do “Índex” (índice), listagem de livros proibidos; 
  • Aprova os Estatutos da Companhia de Jesus, criada por Inácio de Loyola; 
  • Reorganizou o tribunal da Inquisição ou Santo Ofício, que fica encarregado de combater a Reforma. 

As orientações do Concílio de Trento guiaram os católicos de todo o mundo durante 400 anos. Houve o Concílio Vaticano I (08/12/1869 - 20/10/1870), convocado pelo Papa PIO IX, mas foi interrompido devido à Guerra Franco-Alemã. As maiores mudanças começariam a acontecer apenas em 1962, quando o papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II (11/10/1962 a 07/12/1965), para redefinir as posições da Igreja e adequá-la às necessidades e desafios do mundo contemporâneo.


Vídeos sobre Reforma Religiosa:

História da Humanidade - Renascimento, Reforma Religiosa

Renascimento - resumo

Essa postagem é um resumo para meus alunos.

Sibila Líbica, Capela Sixtina - Michelangelo
www.wikipedia.com

O Renascimento foi um movimento cultural que marcou a fase de transição dos valores e das tradições medievais para um mundo totalmente novo, em que os códigos cavalheirescos cedem lugar à afetação burguesa, às máscaras sociais desenvolvidas pela burguesia emergente. 

O hedonismo é uma das doutrinas que concordam na determinação do prazer como o bem supremo, finalidade e fundamento da vida moral. É uma das características do Renascimento. Além do hedonismo, as características do Renascimento são: Racionalismo; Classicismo; Humanismo; Antropocentrismo; Empirismo; Realismo; Individualismo; Heliocentrismo. 

Ao formular princípios como o humanismo, o racionalismo e o individualismo, o movimento renascentista estabeleceu as bases intelectuais do mundo moderno.

A cultura renascentista consagrou a vitória da razão, instância suprema de toda a cultura moderna, pautada no rigor empírico e nas investigações que passaram a reger os sistemas de controle do tempo, do espaço, do trabalho e do domínio da natureza.

Embaixadores, Hons Holbein
Fonte: http://pt.wahooart.com

Uma das características do Renascimento era o Humanismo. O movimento humanista resgatou a cultura clássica greco-romana como fonte de pesquisa e de inspiração para a produção artística renascentista.

Algumas obras de arte renascentistas destacam a verossimilhança com a realidade. Essa característica pode ser entendida pelo Realismo, pois buscava representar o mundo da forma mais real possível, sem idealizações.

Para os renascentistas o principal eram os valores greco-romanos (da Antiguidade Clássica); tinham interesse por questões das ciências, da natureza, dos homens e do mundo; Ocorreu também o fortalecimento da classe burguesa, grupo ligado às atividades comerciais.

A Renascença contribuiu para o reforço de valores humanistas em toda a Europa. A valorização do Homem como “medida para todas as coisas” se tornou uma ideia importante para os pensadores renascentistas.

O Renascimento marcou a transição da mentalidade medieval para a mentalidade moderna, ao traduzir novas concepções que tinham como referência o humanismo, enquanto base intelectual que procurava definir e afirmar o novo papel do homem no universo.

Vídeos sobre o renascimento: