09 março 2015

Mesopotâmia - resumo


Assim como o surgimento da agricultura foi impactante na história da humanidade, a formação das aldeias e cidades também causou transformações relevantes no cotidiano das primeiras comunidades, tais como a organização das sociedades e divisão de tarefas entre os membros do grupo; a sedentarização e relativo aumento demográfico; e, a domesticação de animais e extinção da ameaça de predadores.


Pode-se afirmar que civilização é um processo pelo qual os elementos culturais de uma sociedade (conhecimentos, técnicas, bens e realizações materiais, valores, costumes, gostos, etc.) são coletivos e/ou individualmente elaborados, desenvolvidos e aprimorados.

Entre as transformações havidas na passagem da pré-história para o período propriamente histórico, destaca-se a formação de cidades em regiões de solo fértil, atingido periodicamente pelas cheias dos rios, permitindo grande produção de alimentos e crescimento populacional. As primeiras povoações surgiram no Crescente Fértil.

O Crescente Fértil é uma região compreendendo os atuais Israel, Jordânia e Líbano bem como partes da Síria, do Iraque, do Egito, do sudeste da Turquia e sudoeste do Irã. O termo "Crescente Fértil" foi criado por um arqueólogo, da Universidade de Chicago, em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente.

Irrigada pelo Jordão, pelo Eufrates, pelo Tigre e pelo Nilo, a região cobre uma superfície de cerca de 400 000 a 500 000 km² e é povoada por 40 a 50 milhões de indivíduos. Ela estende-se das planícies aluviais do Nilo, continuando pela margem leste do Mediterrâneo, em torno do norte do deserto sírio e através da Península Arábica e da Mesopotâmia, até o Golfo Pérsico.

A região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do Iraque, do Kwait e parte da Síria, era conhecida como Mesopotâmia.

Os rios Tigre e Eufrates forneciam água para os seres humanos e para a flora e fauna das regiões desérticas. Além disso, a matéria orgânica (limo, cal e barro) trazida pela correnteza era essencial para a fertilização do solo.

Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os sumérios, acádios, assírios e babilônios.

Os grupos humanos mesopotâmicos se organizavam para construir obras de engenharia hidráulica como diques de desvio ou contenção, tanques de armazenamento e canais para conduzir a água até as regiões agrícolas distantes dos leitos.

A região foi marcada pela violência das inúmeras e constantes guerras e invasões entre os povos mencionados.

A assimilação ou adaptação dos costumes, crenças e tradições dos povos conquistados pelos conquistadores, o que resultou na preservação da cultura mesopotâmica.

A manutenção da estrutura social dos povos que era composta por um grupo de privilegiados - sacerdotes, nobres, soldados, grandes proprietários e comerciantes - e um grupo de não privilegiados - pequenos comerciantes, camponeses, artesãos e escravos.

As condições ecológicas explicam por que a agricultura de irrigação era praticada através de uma organização individualista, na qual cada cidade-Estado cuidava de seus canais de irrigação.

A arquitetura mesopotâmica deixou menos evidências do que as encontradas em outras áreas do mundo antigo no mesmo período devido à escassez de materiais mais resistentes, a principal matéria-prima construtiva dos mesopotâmicos era o tijolo de barro, que com as intempéries acabou desaparecendo.

Ao identificar alguns elementos da nossa cultura como herança cultural de outras civilizações, passamos a conhecer melhor tanto a nossa cultura como aquelas que nos precederam na História. Fazem parte do legado cultural da Mesopotâmia:
  • Linguagem escrita 
  • Tijolos de barro
  • Rodas para meios de transporte
  • Plantação de grãos
  • Astrologia e o zodíaco
Os zigurates tinham múltipla função: servir como centro de adoração religiosa; estocar a produção agrícola local; local para cuidar dos doentes; mercado; escola de sacerdotes e além de outras funções.

Na Suméria, os templos e zigurates foram construídos graças à riqueza que os sacerdotes administravam à custa do trabalho de grande parte da população.

A composição da sociedade se fazia de acordo com o ofício das pessoas e de seus familiares, por exemplo, o grupo dos camponeses ou o dos artesãos fazia parte de uma classe de trabalhadores.

As classes privilegiadas – sacerdotes, nobres e soldados – eram menos numerosas do que as classes não privilegiadas – pequenos comerciantes, camponeses, artesãos e escravos.

A hierarquização entre as classes estava associada à função do grupo na sociedade, mas não era extremamente rígida, pois existiam tanto comerciantes e proprietários de terras abastados, quanto elementos humildes com as mesmas ocupações.

Os povos da Mesopotâmia, além da significativa contribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antiguidade, o de Hamurabi.

O Código Hamurabi, um bloco de pedras com 2,25 metros de altura, encontra-se hoje no Museu do Louvre, em Paris. Dos muitos artigos de lei nele gravados, cerca de 250 já foram decifrados. Com isso, informações sobre a sociedade mesopotâmica puderam ser reveladas.

A chamada Lei de Talião (talionis, em latim, significa “tal” ou “igual”) apareceu pela primeira vez no Código de Hamurabi. Ela pregava o princípio do “olho por olho, dente por dente”, ou seja, ao infrator aplicava-se um castigo proporcional ao dano causado.

O Código de Hamurabi trata dos mais variados assuntos relativos à vida cotidiana. Abrange, entre outros temas, a regulamentação e o exercício das profissões, fixando a remuneração dos trabalhadores e as normas a respeito do casamento, da assistência às viúvas, aos órfãos, aos pobres, etc.

Na maioria das sociedades atuais, a Lei de Talião não é mais aplicada. No entanto, há países do Oriente Médio em que ainda se paga olho por olho, literalmente. Na Arábia Saudita, no Iêmen e em alguns dos Emirados Árabes, ladrões têm as mãos cortadas.

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