31 agosto 2016

Revoltas do Período Regencial - Balaiada (1838 - 1841)

Balaiada. Cena do filme Uma História de Amor a Fúria

No século XIX, a economia maranhense atravessou uma forte crise, devido à concorrência do algodão norte-americano no mercado internacional. Além disso, o estabelecimento da Lei dos Prefeitos – que concedia ao governador o privilégio de nomear os prefeitos municipais – causou atrito entre a população e o governador (o mandonismo político acirrou as relações do povo com as instituições governamentais).
O movimento ocorrido na Província do Maranhão também era contrário ao governo regencial e aos seus representantes na região. Os rebeldes foram liderados por pessoas simples:

Raimundo Gomes, um dos primeiros líderes da revolta, que mobilizou um grupo de escravos, vaqueiros e artesãos logo depois de libertar um grupo de vaqueiros aprisionados em Vila da Manga, a mando de um opositor político do patrão daqueles mesmos trabalhadores.

O comerciante Manuel dos Anjos Ferreira (conhecido como Balaio), que fazia e vendia balaios (cestos de vime), daí o nome da revolta. Balaio começou a lutar contras as autoridades provinciais depois de acusar o oficial Antônio Raymundo Guimarães de ter abusado sexualmente de suas filhas.

O negro Cosme Bento de Chagas, que contou com o apoio de, aproximadamente, 3 mil escravos fugidos. O grande número de negros envolvidos na revolta deu traços raciais à questão da desigualdade ali colocada. Após conquistar vários adeptos, os revoltosos conseguiram controlar a cidade de Caxias, um dos maiores centro comerciais da época. A natureza popular desse movimento ameaçou a estabilidade dos privilégios econômicos daqueles que detinham o poder na época.
Eles defendiam a religião católica, a liberdade, a Constituição e o imperador Pedro II. Porém, devido a divergências internas, o movimento não resistiu à força das tropas regenciais, lideradas pelo coronel Luis Alves de Lima e Silva que foi nomeado para controlar a tensa situação da província.
Balaiada. Cena do filme Uma História de Amor a Fúria

Em 1841, com farto armamento e um grupo de 8 mil homens, Luis Alves obteve sucesso na contenção dos revoltosos e, por isso, recebeu o título de Conde de Caxias. A desarticulação entre os vários braços revoltosos da Balaiada e a desunião em torno de objetivos comuns, facilitou bastante a ação repressora estabelecida pelas forças governamentais.
Todos os negros fugidos acusados de envolvimento na revolta foram reescravizados. Manoel Francisco Gomes foi abatido durante o movimento de retaliação da revolta. Já o vaqueiro Raimundo Gomes foi expulso do Maranhão e, durante sua deportação para São Paulo, faleceu em uma embarcação. O líder dos escravos, Cosme Bento, foi preso e condenado à forca em 1842.

Um comentário:

  1. Olá Professora Tathy, parabéns pelo blog e conteúdos, sempre muito bons!

    Abraços,
    Andréia

    ResponderExcluir