26 junho 2017

Império Romano (28 a.C. - 476 d.C.)

Esse é um resumo, especialmente para ajudar no estudo dos meus alunos. Talvez eu o amplie no futuro... talvez. Algumas pessoas reclamaram do resumo completo com todos os períodos da História da Roma Antiga. Então, aqui vai “separadinho” por períodos.
Não tenho a pretensão de esgotar o assunto nem estão todos os aspectos abordados aqui, se o que você busca não está contemplado, lembre que esse é um blog, não um compêndio de PDFs completos.

Se você quiser ler o resumo com todos os 3 períodos da História de Roma Antiga clique aqui

Bandeira do Império Romano
http://www.simbolos.net.br/simbolos-romanos/

Império Romano (28 a.C. - 476 d.C.)

O período imperial não traz grandes mudanças estruturais logo de início. O primeiro imperador, Otávio Augusto inaugura um período longo de prosperidade e conquistas, denominado de Paz Romana. A partir dele, os imperadores passam a governar de forma vitalícia e o cargo não é necessariamente hereditário, embora muitos imperadores deixaram os cargos para seus filhos. O imperador indicava quem deveria ser seu sucessor. 

Paz Romana (Pax Romana) 

A Pax Romana, em latim "Paz Romana", é a denominação do longo período de relativa paz, gerada pelas armas e pelo autoritarismo, iniciado pelo imperador Otávio Augusto em 28 a. C. e que durou até a morte do imperador Marco Aurélio, em 180 d. C. 

Nesse período a população romana viveu protegida do seu maior medo, os povos "bárbaros". Sim, os romanos já os conheciam. Júlio César lutou na Gália para dominá-los, havia também os germânicos e os temidos hunos. Povos que viviam nos limites do território romano e que se não fossem vencidos, seriam um grande incômodo. 

Joaquin Fênix, como imperador Cômodo, no filme Gladiador
www.geralforum.com

Pax Romana era uma expressão já usada na época, possuindo um sentido de segurança, ordem e progresso para todos os povos dominados por Roma. Otávio Augusto ao inserir essa estratégia garantia empregabilidade para funcionários nas diversas províncias do extenso território, além de guarnecer as províncias com efetivo militar constante. Garantindo assim que todo cidadão romano, ou uma boa parcela, teria emprego. Devemos lembrar que o aumento territorial trouxe problemas pois o aumento de escravos garantiu que a mão de obra livre praticamente deixasse de existir, a não ser em postos administrativos e no exército.

Império Romano na época de Trajano - 117d.C.
https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Roman_Empire_Trajan_117AD.png

Esse efetivo militar, ao se inserir nas diversas e longínquas províncias, além de garantir a paz, garantia também a romanização dessas regiões - eram regiões com povos, línguas e costumes diferentes, portanto as tensões, ameaças e focos de revoltas eram constantes. a presença dos soldados mantinha as condições de tranquilidade e paz, segurança e ordem pública. Os soldados construíam aquedutos, estradas, edifícios administrativos, além de servirem a um código profissional rígido de disciplina e organização, que serviam como exemplo para os povos submetidos. Era uma paz armada e apenas possível com a presença das legiões, mas era a única forma de atingir uma harmonia mínima e foi devido à presença militar que a presença romana se difundiu.

Cristianismo 

Na província da Palestina havia, até o século Ia.C., única religião monoteísta do Império, a judaica. O rigor monoteísta do judaísmo colocava dificuldades à política de tolerância religiosa romana. O povo de Israel e de Judá estavam constantemente se revoltando contra a dominação romana, o que causava problemas para os romanos. Embora, a religião judaica fosse considerada legítima conflitos políticos e religiosos tornaram-se irreconciliáveis fazendo com que os romanos demonstrassem todo seu poder bélico contra o reino de Israel, saqueando a cidade de Jerusalém, destruindo o templo da cidade e dispersando o povo, no episódio denominado de Diáspora dos hebreus, ocorrida no ano de 70 d. C. 
https://www.resumoescolar.com.br/wp-content/imagens/
o-cristianismo-surgimento-caracteristicas-e-conflito-estado-x-igreja.jpg

A mesma tolerância não ocorreu com uma outra religião monoteísta surgida também na Palestina e que teve os seguidores perseguidos, pois seu líder e fundador foi crucificado. O Cristianismo surgiu como uma religião proibida.

O cristianismo surgiu na província da Judeia, no século I d.C., enquanto seita religiosa judaica. A religião expandiu-se gradualmente até Jerusalém, estabelecendo inicialmente centros importantes em Antioquia e Alexandria, e a partir daí por todo o império. As perseguições oficiais foram muito poucas e esporádicas e a maior parte dos martírios ocorreu por iniciativa de autoridades locais. 

Durante o início do século IV, Constantino tornou-se o primeiro imperador a converter-se ao cristianismo, colocando fim às perseguições, com o Édito de Tolerância. O imperador Juliano realizou uma breve tentativa de reavivar as religiões tradicionais e de reafirmar o estatuto especial do judaísmo. No entanto, em 391 e durante o governo de Teodósio, o cristianismo tornou-se a religião oficial do império, excluindo todas as outras, com o Édito de Milão. 

A partir do século II, os "Padres da Igreja" também chamados de "Pais da Igreja", bispos das principais cidades do Império, se reuniam, para organizar os dogmas oficiais e começaram a condenar, adaptar ou adotar as restantes práticas religiosas, denominando-as coletivamente por "pagãs". 

Ao mesmo tempo, foram rejeitados apelos à tolerância religiosa por parte de tradicionalistas e o monoteísmo cristão tornou-se uma das características do domínio imperial. Todos os hereges (aqueles que estavam um pouco fora do dogma oficial) e não cristãos estavam sujeitos a ser perseguidos ou excluídos da vida pública. No entanto, as práticas cristãs foram influenciadas por grande parte da hierarquia religiosa romana e por muitos aspetos dos rituais romanos, e muitas destas práticas sobrevivem ainda através de festivais e tradições locais cristãs.

Diocleciano e Constantino 

O imperador Diocleciano (reinado de 284 d.C. – 305 d. C.) adotou o título domine (mestre ou lorde), assumindo um império com uma postura semelhante a uma monarquia absoluta que se prolongaria de 284 até à queda do Império Romano do Ocidente em 476. Diocleciano impediu que o império entrasse em colapso. Durante seu reinado, o cristianismo foi duramente perseguido. 

Constantino
http://www.istockphoto.com/pt/fotos/imperador-constantino?
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phrase=imperador%20constantino
O governo de Diocleciano dividiu o império numa Tetrarquia de quatro regiões, cada uma governada por um imperador distinto. Em 313, a tetrarquia entrou em colapso, vários imperadores se sucederam em uma série de guerras de sucessão. Ao final dessas guerras, Constantino (reinado de 306–337) emergiu como único imperador e o primeiro a converter-se ao cristianismo, estabelecendo Constantinopla como capital do Império do Oriente. Ao longo das dinastias constantina e valentiniana, o império encontrava-se dividido numa metade ocidental e outra oriental, sendo o poder partilhado por Roma e por Constantinopla. A sucessão de imperadores cristãos foi brevemente interrompida por Juliano (reinado de 361–363), que tentou restaurar as religiões romana e helenística. Teodósio I (reinado de 378–395), o último imperador a governar o império oriental e ocidental, morreu em 395, após ter decretado o cristianismo a religião oficial do império, com o Édito de Milão.
Divisão do Império
https://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Theodosius_I%27s_empire.png

Fragmentação e declínio 

O império Romano estava sofrendo com os povos considerados "bárbaros", germânicos, gauleses, celtas, e o líder dos hunos - o mais notável dos quais Átila, o Huno (reinado de 434–453).

Átila, o Huno. Capa do filme de 2001
http://filmes.film-cine.com/atila-o-huno-m11818

A partir do início do século V, o Império Romano começou a fragmentar-se, uma vez que o elevado número de migrações dos povos germânicos era superior à capacidade do império em assimilar os migrantes. Embora o exército romano fosse eficaz a repelir os invasores, o império tinha assimilado de tal forma povos germânicos com lealdade duvidosa a Roma que o império se começou a desmembrar a partir de si próprio. A maior parte dos historiadores data a Queda do Império Romano do Ocidente em 476, ano em que Rômulo Augusto (reinado de 475–476) foi deposto pelo líder ostrogodo Odoacro (reinado de 476–493). 

No entanto, em vez de assumir para si o título de imperador, Odoacro submeteu-se ao domínio do Império Romano do Oriente, terminando assim a linha de imperadores ocidentais. Ao longo do século seguinte, o império oriental, conhecido atualmente como Império Bizantino, foi perdendo progressivamente o domínio da parte ocidental. O Império Bizantino terminou em 1453, com a morte de Constantino XI (r. 1449–1453) e a conquista de Constantinopla pelo Império Otomano.

Para ajudar no seu estudo, aqui no blog há uma Lista de filmes sobre Roma
Se quiser, também há uma lista de Vídeos sobre Roma Antiga

Sobre cultura romana, escreveremos outro artigo

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