26 fevereiro 2020

Escola de Frankfurt

A Escola de Frankfurt surgiu em 1924, especialmente em torno de pensadores vinculados ao Instituto de Pesquisa Social, que nasceu como um projeto de intelectuais vinculados à Universidade de Frankfurt, na Alemanha.

Um círculo de filósofos e cientistas sociais, de mentalidade marxista, passam a pensar que a economia é importante, mas não é a única estrutura que molda ou modifica a sociedade. Esses pensadores criaram a chamada Teoria Crítica da Sociedade, que era a aliança das ideias marxistas com a psicanálise, com a sociologia, com a análise crítica do cotidiano.

Seus principais integrantes eram Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal, Erich Fromm, Jürgen Haberman entre outros. 

Os frankfurtianos (filósofos da Escola de Frankfurt) foram pegos de surpresa pela Revolução Russa, em 1917, viram assustados o aparecimento do regime fascista e a implantação do nazismo na Alemanha. Por serem de uma corrente marxista, muitos deles eram também judeus, esses filósofos foram perseguidos a  partir de 1933. Essa perseguição marcou profundamente cada um desses pensadores, eles se tornaram nômades, viajando pela Europa e migrando para os EUA. 


A Teoria Crítica, desenvolvida pelos frankfurtianos, visa criticar e mudar a sociedade como um todo e não apenas analisá-la e explicá-la. Essa corrente procura entender os formas de relação entre os grupos sociais, examinando as condições sociais revelando as estruturas ocultas nos jogos de poder, analisando as formas de manutenção de opressões com o objetivo de promover mudanças nas condições que afetam nossa vida.


Além da Teoria Crítica, outra importante contribuição dos frankfurtianos foi a elaboração do conceito de Indústria Cultural. Os autores responsáveis por esse postulado são Theodor Adorno e Max Horkheimer, para os quais a consciência coletiva de nossa sociedade é massificada por produções não artísticas, ou seja, os meios de entretenimento são produtos para massificação da consciência, estratificada em classes - superior ou inferior, dominantes ou dominados - sendo exclusivamente dependentes do mercado.

Para deixar melhor explicado, a Indústria Cultural é a transformação da Cultura em um produto vendável e em uma forma de vender outros produtos, oferecendo satisfação compensatória e efêmera (rápida), que agrada aos indivíduos, deixando-os viciados, alienados e acríticos. 

Por exemplo: para as classes dominantes, a leitura dos clássicos é incentivada, as encadernações dos livros é luxuosa, em versões de colecionador, que ficam belíssimos enfileirados nas prateleiras de um escritório ou biblioteca particular; para os grupos médios, esses mesmos clássicos são disponibilizados em versões de bolso, resumidas, sem as partes críticas e que permitem reflexões, em traduções não tão bem feitas, muitas vezes sem uma revisão, com erros de digitação, sem explicações de rodapé, sem o capricho editorial e as vezes ainda vem em versões em quadrinhos, para "ficar mais fácil", tratando essas pessoas como menos capazes de entender a obra original; já para os grupos mais humildes da sociedade, esses clássicos nem se apresentam na forma de leitura,  mas sim como uma "releitura", uma história diferente, simplificada, trazendo o ambiente do clássico para o dia a dia do povo, como um folhetim, uma narrativa de jornal ou revista, como o roteiro de uma novela, de um filme ou seriado, tirando todas os questionamentos, todas as críticas, todas as passagens que seriam para uma reflexão.


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