A insurgência islâmica no Magreb é a denominação para o conjunto das operações de grupos radicais islâmicos no território do Magreb e do Sahel, na África Norte-Ocidental, desde 2001.
O Magreb (mais especificamente, Argélia, Mauritânia e Marrocos), é a região onde ocorre uma insurgência travada desde 2002 pela milícia islâmica neo-Khawarij, Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC). O GSPC se aliou com a Al-Qaeda no Magreb Islâmico contra o governo argelino.
O conflito é uma consequência da chamada "Guerra ao Terrorismo", implantada pelos EUA após os ataques das Torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001. No Magreb, o conflito também é uma continuação da Guerra Civil da Argélia, que terminou em 2002, e desde então se espalhou para outros países vizinhos.
Em 2003, os EUA, juntamente com o seu aliado regional a Argélia, lançaram o "segundo front" da guerra contra o terrorismo através da região do Sahel, no sul do Saara, que tinha hospedado a Al-Qaeda e simpatizantes islâmicos que fugiram do Afeganistão, após o 11 de setembro.
Antecedentes históricos - A Guerra Civil Argelina
A Guerra Civil Argelina foi um conflito armado entre o governo argelino (formado pelo FLN - socialista) e vários grupos de rebeldes islâmicos, que teve início em 1991, quando a Frente Islâmica de Salvação (FIS) ganhou popularidade entre o povo argelino, e a Frente de Libertação Nacional (FLN - partido do governo), temendo a vitória dos rivais, cancelou as eleições, uma vez que se tornou evidente que a Frente Islâmica de Salvação (FIS) ganharia.
O governo argumentou, salientando que a FIS terminaria com a democracia. Após a proibição da FIS e a detenção de milhares de seus membros, os seus apoiadores começaram uma guerrilha contra o governo e seus partidários. Os principais grupos rebeldes que lutavam contra o governo foram o Movimento Islâmico Armado (AIM), com base nas montanhas, e o Grupo Islâmico Armado (GIA), nas aldeias.
Os guerrilheiros inicialmente atacavam o exército e a polícia na Argélia, mas alguns grupos começaram logo a atacar civis. Em 1994, quando as negociações entre governo e líderes encarcerados da FIS atingiram o seu auge, o GIA declarou guerra à FIS e os seus apoiadores, enquanto o MIA e vários grupos menores reagrupados declararam sua lealdade à FIS, a ser renomeado Exército de Salvação Islâmica (SIA). Isso levou a um caminho de três guerras - grupos islâmicos em guerra entre si e todos contra o governo. Essas lutas entre grupos islâmicos rivais e contra o governo levaram ao massacre de bairros ou cidades inteiras.
A violência diminuiu substancialmente, com uma vitória do governo. Em 1999, após a eleição do novo presidente, Abdelaziz Bouteflika, uma nova lei declarou anistia aos guerrilheiros, motivando um grande número de "arrependimentos" de muitos combatentes e seu retorno a sua antiga vida. Os remanescentes do GIA foram perseguidos e presos no curso dos próximos dois anos, e em 2002 tinha quase desaparecido. Isso deu fim à Guerra Civil, mas não pôs fim aos movimento rebelde islâmico.
O número de mortos, nessa guerra, é estimado entre 150 mil e 200 mil, entre os quais há mais de 70 jornalistas, quer por forças do Estado ou por militantes islâmicos. O conflito terminou em vitória para o governo após a rendição da Exército de Salvação Islâmica e a derrota, em 2002, do Grupo Islâmico Armado. No entanto, atualmente ainda se produzem conflitos de baixa intensidade em algumas áreas.
Embora o Gia tenha sido derrotado, alguns de seus integrantes sobreviveram e formaram o Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), que surgiu a partir das bordas da Cabília (montanhas no norte da Argélia). O grupo foi formado pretendendo parar os massacres de civis. No entanto, apesar de sua rejeição inicial, os ataques a civis não combatentes continuou. Em 2003, esse grupo apoiou publicamente a Al-Qaeda e por fim foram incorporados pelo grupo terrorista internacional.
A principal implicação desse contexto é que não existe previsão para o fim dos atentados terroristas, nem existe um consenso ou acordo entre esses grupos e seus inimigos e alvos de ataque. A paz está longe de ser uma realidade.
Tem um programa interativo, bastante interessante, onde você pode clicar nas abas e ler mais sobre os "tentáculos" da Al-Qaeda pelo mundo, no site:
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